No coração do Nordeste baiano, entre serras, fé e história, está Banzaê — um município que, aos poucos, vem conquistando espaço no cenário turístico do estado. Localizado no território do Semiárido Nordeste II, a cerca de 300 km de Salvador, Banzaê é muito mais do que um pequeno município rural: é um território repleto de riqueza cultural, espiritualidade e belezas naturais inexploradas.

Cultura Viva e Tradições Indígenas

Conhecida como a "Terra dos Índios Kiriri", Banzaê guarda com orgulho a herança indígena preservada na Reserva Kiriri, uma das poucas no Brasil onde o povo originário mantém viva sua língua, cultura e tradições religiosas. Visitar a Aldeia Mirandela é mergulhar numa experiência única de ancestralidade, espiritualidade e resistência. Os rituais, as danças, a música tradicional e o artesanato encantam quem busca um turismo de imersão e respeito às raízes brasileiras.

Religiosidade e Fé Popular

Banzaê também se destaca pela força de sua fé cristã. Igrejas evangélicas e católicas coexistem com as expressões indígenas em harmonia. Entre os eventos religiosos mais marcantes estão o Aniversário da Igreja Apostólica Missão Esperança, a Festa do Padroeiro São João Batista, e o Encontro de Capelania, que movimentam a cidade com romarias, batismos e ações sociais.

Pontos Turísticos Imperdíveis

O município conta com paisagens naturais dignas de contemplação e roteiros ainda pouco explorados, como:

• Serra do Monte – Um dos mirantes naturais mais bonitos da região, ideal para trilhas ecológicas, oração e fotografia, com um pôr do sol de tirar o fôlego.

• Cachoeira do Mulungu – Em épocas de chuva, essa cachoeira encanta turistas e moradores pela beleza e frescor. É um refúgio natural perfeito para quem busca tranquilidade.

• Lagoa do Saco – Área natural que atrai pescadores, famílias e visitantes nos fins de semana, com vegetação típica da caatinga e aves nativas.

• Trilha da Fé – Caminho percorrido por devotos em datas especiais, unindo fé e aventura. Ideal para o turismo religioso.

• Casa de Farinha Comunitária – Local onde o visitante conhece de perto o processo artesanal de produção da farinha, símbolo da cultura alimentar sertaneja.

• Centro Cultural Kiriri – Espaço dedicado à preservação e apresentação da cultura indígena local, com apresentações, oficinas e exposições permanentes.

Gastronomia Sertaneja e Hospitalidade

A gastronomia é outro atrativo irresistível. Sabores como o cuscuz de milho, carne de sol com pirão, mungunzá salgado, feijão de corda com farinha na manteiga e doces artesanais feitos com frutas da região, como o umbu, são provas do talento culinário do povo banzaeense. Além disso, o calor humano e a hospitalidade do povo tornam a experiência ainda mais acolhedora.

Turismo com Propósito

A infraestrutura da cidade está em desenvolvimento, mas com iniciativas voltadas ao turismo de base comunitária, religioso e ecológico, Banzaê tem tudo para se tornar um polo turístico sustentável no interior da Bahia. As lideranças religiosas, políticas e comunitárias vêm atuando para colocar o município no mapa do turismo nacional, com foco no respeito à cultura local e na geração de renda.

Banzaê é um convite à descoberta. Quem chega por curiosidade, volta por encantamento. E como jornalista e psicanalista que conhece essa terra de perto, posso afirmar: Banzaê não é apenas um destino — é uma vivência de fé, identidade e beleza que transforma o visitante.